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A Páscoa entre dois mundos: ocidente e oriente

A Páscoa é uma das celebrações mais acarinhadas pelos cristãos e um verdadeiro símbolo de esperança! Mas embora seja vivida com fervor, são-lhe atribuídos significados diferentes, pelos variados povos. Descubra aqui como o mundo ocidental e o mundo oriental vivem a Páscoa. Vai ficar espantado com as diferenças!

Uma festa com várias datas

Foi no ano de 325 D.C., no Primeiro Concílio de Niceia, que a data da Páscoa foi oficialmente definida: passaria a ser, para sempre, no primeiro domingo a seguir à Lua Cheia, logo após a entrada do equinócio de primavera (21 de março).

Ora, como a “lua cheia” nunca ocorre no mesmo dia, a Páscoa é uma data móvel que pode variar entre 22 de março e 9 de abril.

Mas a história não fica por aqui! Embora tenham concordado na forma de definir a Páscoa, o mundo ocidental e o mundo oriental nunca realizam este evento no mesmo dia. E porquê? Porque se baseiam em calendários diferentes:

Assim, os enquanto os cristãos ocidentais usam como, base, o calendário gregoriano, onde o equinócio ocorre a 21 de março, os cristãos orientais, baseiam-se no calendário juliano, apontando como data do equinócio, o dia 3 de abril.

Como resultado, a Páscoa no oriente é sempre um pouco mais tarde que a Páscoa ocidental: vai de 4 de abril e 8 de maio.

Páscoa celebra a ressureição

*Este ano, a primeira lua cheia a ter lugar, depois do equinócio de inverno ocidental, foi a 6 de abril. O domingo seguinte será o dia 9 de abril. Será essa, portanto, a data da Páscoa 2023. Consulte aqui a data em que ocorre a Páscoa nos próximos anos!

Curiosidade: Há uma diferença de 13 dias entre o Calendário Gregoriano e o Calendário Juliano. Assim, se hoje foi dia 5 de março no calendário gregoriano, no calendário juliano será dia 18 de março.

Uma Páscoa com diferentes significados

No ocidente, a Páscoa celebra a Ressurreição de Cristo, ocorrida três dias depois da sua crucificação no calvário. Assim, é glorificada a passagem da morte à vida, por Jesus – uma passagem que simboliza uma vida nova para os cristãos, agora livres do pecado, graças ao sacrifício do seu mártir.

Mas no mundo oriental, a Páscoa tem um significado bem diferente! Aqui, preservou-se o sentido original da festa judaica – a Pessach – que celebra a libertação do povo de Israel do domínio egípcio e o início do seu percurso em direção à terra prometida

Concluindo, enquanto o ocidente celebra a Páscoa da Ressurreição, já o oriente festeja a Páscoa da Libertação. Sabia disto? 🙂

Uma festa com diferentes rituais

Se o significado dado à Páscoa varia consoante os povos, o mesmo acontece com os rituais associados a esta festividade. Estas são as principais diferenças:

Rituais do Ocidente

No ocidente, a Páscoa é precedida pela Quaresma – etapa que começa com a Quarta-feira de Cinzas e dura quarenta dias, sendo caraterizada por jejuns e penitências. A semana antes da Páscoa é conhecida como Semana Santa e o domingo anterior é o Domingo de Ramos. Os três dias antes da Páscoa (Quinta e Sexta-Feira Santa, e Sábado de Aleluia) constituem o Tríduo Pascal.

No Sábado de Aleluia tem lugar a vigília Pascal, sendo esta a liturgia mais importante do ano, e também uma das mais complexas. Algumas igrejas preferem realizar a vigília bem cedo no domingo em vez de na noite de sábado. Estes serviços são conhecidos como “Serviços do Amanhecer“.

O domingo de Páscoa, por sua vez, é um dia bastante festivo! A música da eucaristia é bem mais animada e a igreja costuma estar decorada com flores e motivos primaveris.

Símbolos cristãos

Rituais do Oriente

Nos rituais bizantinos, a preparação espiritual para a Páscoa envolve a Grande Quaresma, que começa na Segunda-Feira Limpa. A Grande Quaresma dura 40 dias, incluindo domingos e, tal como acontece no mundo ocidental, é uma fase de jejum e penitência. Na Quaresma oriental é proibido o consumo de alimentos fermentados.

A última semana da Grande Quaresma é a Semana de Ramos e termina com o Sábado de Lázaro. Segue-se o Domingo de Ramos, a Semana Santa e, finalmente, a Páscoa.

De salientar que, ao contrário do que acontece com os ocidentais, o período de jejum só termina definitivamente depois da Divina Liturgia da Páscoa.

A Vigília Pascal começa com o Serviço da Meia-Noite, sincronizado para acabar pouco antes da meia-noite do Sábado de Aleluia. À meia-noite, em ponto, tem início a celebração da Páscoa que abrange as matinas pascais, as horas pascais e a Divina Liturgia Pascal.

Graças ao cumprimento escrupuloso dos horários, a Liturgia Pascal tem lugar mais cedo que qualquer uma das liturgias do ano litúrgico, o que uma vez mais consolida a sua importância no mundo cristão.

Pásco no oriente

Uma festa com diferentes receitas!

A Páscoa Judaica difere bastante da Páscoa ocidental e não é apenas nos rituais e na simbologia. Ao nível da gastronomia há, também, diferenças, com o surgimento de tradições culinárias muito próprias em cada lado do mundo.

Receitas da Páscoa no Oriente

A oriente a Páscoa tem início com o Sêder – um jantar de família cujo objetivo é relembrar e celebrar a libertação do povo hebreu.

O jantar inclui um momento litúrgico que envolve a leitura do Hagadá (livro que contém a história de libertação dos hebreus) e o consumo de vários alimentos, cada qual com a sua ordem específica e significado:

  • Matsá: é um pão sem fermento, feito de uma massa fina. Está relacionado com a narrativa do Êxodo. De acordo com a mesma, os judeus saíram do Egito muito apressadamente e não deu tempo para o pão fermentar.
  • Vinho: é um vinho especial que, tal como o pão, também não é fermentado. São servidas quatro taças de vinho durante o Sêder.
  • Zeroá: é pedaço de osso com carne que foi tostado. Simboliza o sacrifício.
  • Maror: é uma raiz amarga que representa o tempo da escravidão. É, muitas vezes, acompanhada por uma alface (chazeret).
  • Charósset: é uma pasta composta por uma base de maçã, uva, nozes, podendo ainda ter tâmaras, canela e vinho. Simboliza a argamassa que era usada pelos judeus para fazer tijolos.
  • Água salgada: é usada para cozer batatas. Simboliza as lágrimas e o suor derramado pelos judeus durante a escravidão.
  • Beitzá: é o ovo cozido, sinónimo de vida e renovação. Simboliza a esperança pela recuperação do Templo de Salomão.
Receitas da Páscoa no oriente

Receitas da Páscoa no Ocidente

No mundo ocidental, os pratos típicos associados à Páscoa, são:

  • Cabrito ou Borrego Assado
  • Leitão assado
  • Lombo de Boi
  • Ensopado de Peixe (em alguns países)
  • Folar de Carne

No que diz respeito às sobremesas, é costume degustar-se:

Durante toda a época Pascal, as crianças divertem-se a procurar e saborear ovos de chocolate, sendo também populares, as doces amêndoas!


Como pode ver, a Páscoa é um momento de extrema importância na vida dos cristãos, mas celebrado de formas diferente no mundo oriental e ocidental. Cada povo atribui um significado diferente a este evento, o que se reflete nos costumes, nos rituais, no calendário e até mesmo nas receitas usadas.

Não obstante, às diferenças, há algo que unifica esta celebração: é considerada por todos um momento de paz, de esperança e fé na renovação.

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